sexta-feira, dezembro 29, 2006

10. CAIU MOSCA NA SOPA DA REALEZA


A família real espanhola é, como todos sabemos, feliz , unida e disciplinada. Isso torna-se mais evidente nesta época do ano, em que os reis, Juan Carlos e Doña Sofia, gostam de reunir os netos numa imagem ternurenta para desejar as boas festas aos seus súbditos.
Assim foi em 2005.

Era bonito, mas o problema surge quando se revela que os súbditos de suas magestades já não são tão inocentes como eram e já ouviram falar em photoshop. E foi uma chuva de comentários mais ou menos sarcásticos e desrespeitadores da dignidade real: que o monarca não tinha pernas, que à neta mais velha tinham sido amputados os bracinhos, que a herdeira real "pairava" sobre a imagem da real avó e a neta do meio tinha aterrado de forma um pouco desajeitada no colo do mano mais velho, vinda directamente de uma muito divulgada foto das férias reais, com um vestidinho de verão que destoava das roupinhas mais invernosas dos restantes reais netos.

iHola! iHola! Foi o escândalo! Então os monarcas não conseguiam sequer reunir as criancinhas para uma foto? Correram rios de tinta. Escandalizaram-se uns, partiram-se a rir outros. Porsupuesto.

Por isso este ano, para não criar polémicas indesejáveis em época de paz e harmonia, os reis, Juan Carlos e Doña Sofia, optaram por uma solução menos ternurenta mas também menos perigosa. E tomem lá, fiéis súbditos, sem photoshop, ao natural e a cores, o palácio da Zarzuela sob a neve da estação.

E façam o favor de ter muito boas festas e de não chatearem!

9. UM, DOIS, TRÊS, UMA COLHER DE CADA VEZ

A sua beleza deslumbrou-o. Nunca ela estivera tão resplandescente. Desceu a escada lentamente, segura de si. Segura das suas formas, que o vestido de veludo vermelho mais revelava do que cobria. Segura do brilho do seu cabelo , castanho muito escuro, suavemente ondulado, espalhado pelos ombros numa liberdade estudada. Segura dos gestos provocantes, do vagaroso descer de cada degrau, desafinado a paciência dele, num maldoso jogo de gato e rato com o seu desejo. Segura do porte altivo dos seus seios que o decote descobria, firmes e cheios. Segura do poder quase infinito sobre aquele homem poderoso que mantinha perante a sociedade uma tão impenetrável fachada de altivez e indiferença e que agora ali estava, ao fundo da escada, suspenso dos seus gestos. Fitou-o com olhar lânguido, entreabrindo a boca de um vermelho de cereja madura e descobrindo uma impecável fileira de dentes imaculados...
Subitamente apercebeu-se de um ruído estranho. Olhou em redor. Parecia-lhe vir de muito perto, mas não identificava a origem. E no ar, um cheiro...
Fechou bruscamente o livro, esquecendo-se de virar o cantinho para marcar a página. Atirou-o para cima da pedra mármore da chaminé. Meia dúzia de pingos voaram e vieram estatelar-se na capa lustrosa e colorida.
Cheirava a queimado. A panela vomitava golfadas verdes do que se diria uma poção mágica a ferver em caldeirão de bruxa.
Bolas! Lá tinha outra vez deixado queimar a sopa. Andava cada vez mais distraída. Olhou para o relógio na parede. O marido devia estar mesmo a chegar. Já ia haver merda!
E nem sequer tinha conseguido chegar à cena do beijo!

domingo, dezembro 24, 2006

8. É CALDO DE GALINHA, NÃO É SOPA


Uma formidável moça, de enormes peitos que lhe tremiam dentro das ramagens do lenço cruzado, ainda suada e esbraseada do calor da lareira, entrou esmagando o soalho, com uma terrina a fumegar. E o Melchior, que seguia erguendo a infusa do vinho, esperava que suas Incelências lhe perdoassem porque faltara tempo para o caldinho apurar... Jacinto ocupou a sede ancestral - e durante momentos (de esgazeada ansiedade para o caseiro excelente) esfregou energicamente, com a ponta da toalha, o garfo negro, a fusca colher de estanho. Depois, desconfiado, provou o caldo, que era de galinha e recendia. Provou - e levantou para mim, seu camarada de misérias, uns olhos que brilharam, surpreendidos. Tornou a sorver uma colherada mais cheia, mais considerada. E sorriu, com espanto: - “Está bom!”
Estava precioso: tinha fígado e tinha moela; o seu perfume enternecia; três vezes, fervorosamente, ataquei aquele caldo.
Eça de Queiroz ("A Cidade e as Serras")

quarta-feira, dezembro 13, 2006

7. O MAIOR PRAZER


Nem mesmo a ameaça de um prato de sopa de feijão - é verdade, a mais abominável de entre todas as abomináveis - me dissuadiria. Eu faria fosse o que que fosse para a ter!

A escola primária, que eu frequentava pela primeira vez, ficava numa moradia de dois andares, com jardinzinho ao lado, protegido por um gradeamento de ferro pintado de verde, na Rua Praia da Vitória, mesmo a desembocar no Saldanha. Do outro lado da praça, o Monumental exibia cartazes de filmes e peças de teatro que prometiam um mundo de sedução, mas eu só tinha olhos para a montra da papelaria. Ficava mesmo à esquina. Era uma papelaria pequena, um pouco escura, com um grande balcão de madeira. Habitualmente compravamos ali os cadernos, os lápis, as borrachas e as folhas de cartolina. Também havia, com o sabor gostoso a prémio, as bonecas de papel, com roupas para recortar e vestir.

Não foram muitas as actividades que vim a descobrir pela vida fora que me dessem um prazer tão intenso como o que sentia quando pegava numa folha nova e começava a recortar os minúsculos adereços, os vestidos de festa, a roupa desportiva dessas criaturinhas de papel, de gestos improváveis, suspensos e idênticos em todos os momentos das suas frágeis existências.

Mas também não eram as bonecas de papel que mobilizavam as minhas atenções nesses escassos dias que faltavam para o Natal.

Ela lá estava. Pequena, perfeitíssima, com a estrutura em plástico castanho, imitação da madeira a sério, e os estofos de um branco amarelado, raiados, simulando tecido. A mesa, quatro cadeiras, um aparador, um relógio de caixa alta e um side-board.

A mobília de casa de jantar. A mobília mais parecida com uma mobília a sério que eu jamais vira.

Eu tinha outras mobílias, mas eram vulgaríssimas, de plástico ostensivamente cor de rosa e azul bebé, sem qualquer preocupação de copiar a realidade. Aquela mobília era outra coisa. Era A mobília. Perfeita. Era quase intolerável a ideia de não a ter.

Puxando pela mão do meu avô, saía da escola e corria até à esquina, sem suportar a espera, para ver se ainda lá estava, para ver se alguém mais afortunado do que eu não a teria já levado. Mais tranquila, então, ali ficava, todos os dias, a olhar para a montra, a olhar para a minha mobília, a sonhar tê-la nas mãos, possuí-la.

- Talvez o Menino Jesus te traga a mobília.

Assim o meu avô ia alimentando as minhas esperanças. E se ele o dizia, é porque era possível. Talvez o Menino Jesus viesse ali , à papelaria ao lado da minha escola, quase na esquina com o Saldanha, em frente dos cartazes do Monumental, na véspera de Natal, buscar a minha mobília. Nem por um momento me interrogava se não poderia acontecer que o Menino não soubesse onde ficava a papelaria, ou até mesmo o Saldanha, ou o Monumental. Não, isso era simplesmente impossível. Lisboa era nesse tempo mais pequena e ninguém ouvira falar em centros comerciais. Em Pais Natais também nem por isso. Portanto o Menino Jesus devia conhecer a papelaria. Para mais, era ali que estava a mobília que eu desejava com mais força do que jamais desejei alguma coisa na vida. O Menino Jesus tinha de saber.

Um dia, ao sair da escola, corri até à montra e parei subitamente. Apertei com mais força a mão do meu avô. Os olhos encheram-se-me de lágrimas da mais profunda desilusão. A mobília não estava lá. Eu sabia que podia acontecer. Era a vida. No caminho para casa, nem eu nem o meu avô dissémos palavra. Ele porque respeitava a minha tristeza, eu porque não tinha já nada para dizer. Eu, que até tinha comido a sopa de feijão!

Na manhã de Natal, levantei-me cedo e corri para a chaminé. Apesar de tudo, era Natal. Mas desta vez um Natal sem esperança, sem (muito) alvoroço.

Em primeiro plano, bem em evidência, sentada na chaminé, estava uma boneca. Eu sabia que era das que diziam "papá" e "mamã" e que vinham de Espanha. Era linda.

Estendi a mão para lhe pegar e, de repente, os meus olhos encontraram-se, por entre livros de pintar, caixas de lápis, roupas de bonecas e carrinhos, com uma caixa não muito grande, discreta, que se escondia ao fundo, timidamente. A caixa da minha mobília.

Corri pelo corredor fora, deixando tudo para trás e gritei, acordando toda a casa:

- Avô! Avô! Ele trouxe a mobília! Ele trouxe, Avô! Está na chaminé!

Nunca mais na vida tive um presente que me desse uma tão grande felicidade. E não tenho motivos de queixa. Mas uma felicidade assim, tão intensa, tão genuína, tão sem mancha, tão absoluta... Nunca. Nem eu, nem ninguém! Sou capaz de apostar.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

6. NÃO ME SAI DA CABEÇA

Há uma sopa de peixe que não me sai da cabeça. E sopa de peixe não é bem sopa. Mas não gosto nada de comer sozinha. Nem douradas, nem robalos, nem caldeirada, quanto mais uma sopa de peixe que nem é bem sopa. Diz que é uma espécie de sopa.

sexta-feira, dezembro 08, 2006

5. ESSA SOLITÁRIA SOPA


A sopa está na mesa!
A frase sugere companhia, calor humano, amena cavaqueira em redor de uma mesa com toalha adamascada e guardanapos de pano. Sugere velhas casas de família, lá para o Norte, quando as pessoas ainda tinham famílias com velhas casas lá para o Norte. Sugere uma amável pensão familiar com serviço de refeições em pratos de cavalinho, já muito lascados. Sugere sacos de guardanapo com dizeres a ponto de cruz - "Bom Apetite" ou "O Guardanapo da Menina". Sugere os Emissores Associados de Lisboa, com "música para o seu jantar".

Mas a realidade é outra. A realidade é que a sopa é solidão. Solidão de balcão de snack-bar na hora apressada do almoço. Solidão de vida inútil. Solidão de cansaço, solidão de vergonha, solidão de cortinas de renda por dentro de um janela onde o próprio gato já morreu.

- Vais almoçar?
- Como ali qualquer coisa, uma sopa, mesmo ao balcão.
Come sem uma palavra, perante a indiferença de gestos inúteis do empregado que prepara já o individual de papel para a sopa que se segue.
- Almoçaste?
Não. Não almocei. Engoli à pressa, mesmo ao balcão, qualquer coisa. Creio que era uma sopa. Devia ser de legumes. Todas as sopas que se comem ao balcão do snack são de legumes. É que, sabes, comer já não me interessa, já nada me interessa. Para quê sentar-me a uma mesa, aceitar uma companhia, conversar ou simplesmente ler o jornal ou um livro enquanto se espera? Não, como ali qualquer coisa, uma sopa, mesmo ao balcão.

***
- Senhor Januário, eram estes legumes, se faz favor.
- Só, Dona Gertrudes?
- É para a sopa...
- E para o seu jantarinho, não vai nada?
- Ah, o jantar é um prato de sopa e já está. Com a minha idade... está a ver!
Acabou-se. Com a minha idade, fico bem com qualquer coisa, fico bem em qualquer canto, contento-me com o que há. Uma sopa, pois, isso chega. Não vale a pena incomodar ninguém. Em silêncio, por cá ando, sem fazer ruído para não se aperceberem de que já cá estou a mais. Sem comer, não dá, não é? Mas qualquer coisa serve, que os prazeres da vida não são para mim. Uma sopa, uma sopinha qualquer, está a ver? Faço uma panela das pequeninas e dá para uma quantidade de dias. De pé, na cozinha, ao lado do fogão, aqueço uma tigelita de sopa. De legumes, claro. E despacho-me num instante. Estou sozinha, não é? E depois, uma sopa... é isso, que mais é que é preciso para continuar viva até amanhã?
- Boa noite, Senhor Januário.

4. SOPINHA AFE(C)TIVA

Obrigada, Lauro. Vou aceitar a sugestão e o convite. Vamos pôr a sopa na mesa e isto vai ser um grande blogue!
A sopinha está realmente muito boa.
Mas... pior do que sopa, só uma sopinha muito boa. Tu sabes.
Come a sopa, Maria Eduarda.
Não quero sopa.
Mas come, está muito boa.
Mas eu não gosto de sopa.
Mas esta está muito boa, vais ver.
Mas se eu não gosto de sopa quanto mais boa está, menos eu gosto.
O que não se passa com os blogues, está claro.
Gosto de blogues de letras. E gosto de sopa de letras. Gosto de letras.
E talvez com a colaboração do Frederico se consiga essa tal sopa de Natal, que poderá vir a ser uma alternativa válida aos debates sempre enriquecedores sobre usos e costumes natalícios.
Entretanto, aqui fica, com a devida vénia à Folha de S. Paulo, mais uma sugestão de sopa que pelo menos o nome tem de sugestivo:

"Sopinha Afetiva" de Neka Menna Barreto


Ingredientes:(Para duas pessoas)

- 4 alhos-porós limpos e fatiados (fininhos)

- 2 cebolas cortadas em anéis

- 2 cenouras raladas

- 2 mandioquinhas raladas

- 1 fatia de abóbora cabocha ralada

- 1 xícara de coentro (opcional)

- 1 xícara de cebola verde picadinha (opcional)

- 1 colher de sopa de óleo de milho

- 1 xícara de chá de grão de cevada cozido

- Sal a gosto.

Modo de preparar:

Cozinhe a cevada 30 minutos antes, em 1 litro de água, em fogo brando; numa panela, refogue a cebola em óleo de milho, em fogo brando, até quase dourar; acrescente à cebola os legumes e a cevada já cozida e refogue tudo por cinco minutos; coloque dois litros de água natural e deixe cozinhar por 20 minutos em fogo brando.

Regue com um fio de azeite extra-virgem e sirva.

Caso goste, coloque o coentro e a cebolinha verde sobre o prato para adicionar sabor.

desenho "roubado" ao unkemptwomen.blogspot.com

3. à terceira é de vez ou a sopa de natal

Pois neste debate parece-me que sou eu o árbitro, o lado apaziaguador entre blogistas e anti-sopistas. Pois que não detesto blogues (tenho até alguns) mas também não sou viciado (agora até por motivos informáticos os meus estiveram sem actualização). Também não detesto sopa, mas também não morro de amores, detesto apenas algumas sopas com uma menção especial para a, essa sim detestável, sopa de feijão....
Nesta altura também me parece primordialmente interessante fazer sobreviver o já tão ténue espírito natalício. Portanto aqui está um blogue feito por uma família e a minha menção nesta conversão à sopa de Natal, cuja receita desconheço, mas sei existir, e não tenho dúvidas de que irei descobrir.
Entretanto, se quiserem ir por aquilo a que a Amazon refere como "A story that reveals the true meaning of Christmas", aqui fica o livro "Christmas Soup", onde podem ficar a saber: "Every year the Beene family dreams of a Christmas feast, but every year they get the same old watery soup. The true meaning of Christmas is revealed in this touching picture book with poignant illustrations by Jan Spivey Gilchrist. While Mama is making the traditional Christmas soup her children wish for more. When Baby Fannie prays “Bless our home with something more”— and that “more” turns out to be two hungry strangers to feed, it seems as if things can’t get much worse. But the soup—a true feast for the hungry pair—is shared, and the Beene children learn a lesson about giving they won’tsoon forget. This tender story is sure to become a Christmas classic!"
Nada como o verdadeiro espírito natalício... até na sopa!

2. A SOPA DO MEU DESCONTENTAMENTO


É uma realidade: detesto sopa. Detesto sopa desde pequena. Detesto sopa desde as horas sem fim passadas em frente de um prato de sopa.
A sopa cheira a castigo. É uma palavra triste, suspeitamente esverdeada, nauseantemente povoada de corpos boiantes não identificados, sobre os quais se forma uma película viscosa e doentia.
Cheira a refeitório de escola em dia de chuva.
Cheira a hospital fora da hora de visita.
Cheira a quartel.
Cheira a culpa.
Sento-me em frente da sopa. Tenho por companhia uma mosca e o som de um rádio muito ao longe. O relógio de parede arrasta penosamente o ponteiro dos minutos sobre os números romanos do mostrador amarelado. Desfaço entre os dedos um bocado de miolo de pão e amasso-o pacientemente em bolinhas.
Enquanto não comeres a sopa não comes mais nada. Nem que fiques aí até à hora do jantar.
A sopa carimba todas as páginas da minha memória com uma tinta verde indelével e observa o meu desespero, sem compreender.
Detesto sopa.

1 PRIMEIRO PRATO DE SOPA


Ela não gosta de sopa, nem de blogues, portanto não gosta de sopa de letras.
Acho que a mãe a obrigava a comer sopa, ela não queria, o trauma de infância, essas coisas assim, com psiquiatra e tudo, a dar ares de muita sabedoria, mas não gostava de sopa porquê? a sopa faz bem! mas que não, não gostava, desde pequenina que torce o pepino à sopa.
Pois bem, se não gostas de sopa, se odeias sopa, se detestas sopa, por que não um blogue com esse sugestivo título, ainda que possa tratar de muitas e variadas outras coisas, inclusive de sopas, por que não?, se eu adoro sopas, desde aquelas bem condimentadas de verdura e feijão vermelho, passando pela sopa de legumes, a de alho francês, o caldo verde, a sopa de pedra, a sopa de feijão verde (que ódio estou a provocar!), a sopa de peixe, ou “de pescado” (que maravilha, aquela de Valhadollide, um dia vou contar!), sim a sopa de marisco, os consomes de Verão, bom, ficamos hoje por aqui…
Se não gostas de sopas, nada melhor do que um canapé de psiquiatra chamado blogue onde possas exorcizar as sopas?
Edurada, aqui está o blogue que te prometi sobre as sopas. Podes dar sopa na sopa, nada te impede, e falar de outras coisas. Aqui nada é certo ou garantido. Apenas a vontade de comer ou não sopas, no que cada um é livre de comer o que mais lhe agradar, desde as sopas à sobremesa, e sobre a mesa, posso garantir, que não é nada desagradável. Bons tempos em que as mesas caíam, estrondosamente, sobre a pressão inusitada de uma boa sopa. Sim, ele há tantas formas de comer a sopa.
O prato aqui fica, fumegante. Serve-te, ou põe de lado. Mas olha que a sopa está muito boa!

quinta-feira, dezembro 07, 2006

DETESTO SOPA a 2 colheres



Ela detesta sopa.
Ele gosta de sopa.
Ela é a Maria Eduarda Colares.
Ele é o Lauro António.
Casados. Há milhares de anos.
Um filho, o Frederico Corado,
qu também pode molhar a sopa.
Muitos pratos de sopa,
entornados, comidos, bebidos, disputados.
Sobre a sopa de que um gosta e a outra detesta
se vai erguer este blogue.
De sabores.
Ela não gosta de blogues.
Ele perdeu a cabeça com.
Que caldo de culturas sairá deste blogue?