segunda-feira, junho 29, 2009

OBRIGADA!

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Veio do http://arion-reloaded.blogspot.com/ a quem agradeço a generosidade.
Citando o próprio "selo de garantia", informo: “O selo deste prémio foi criado a pensar nos blogs que demonstram talento, seja nas artes, nas letras, nas ciências, na poesia ou em qualquer outra área e que, com isso, enriquecem a blogosfera e a vida dos seus leitores." Só posso mesmo agradecer e fazer por o merecer.
Passo então a distinção, como é das regras, a:
Lauro António Apresenta...
Não há nada como o Realmente
Cinema Helder Magalhães
Guia dos Teatros
Caderno de Campo
Branco e Azul
Infinito Pessoal
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quinta-feira, junho 25, 2009

O PORTO É LINDO!



Uma frase que se ouve frequentemente aos lisboetas é "Eu gosto do Porto. Gosto imenso do Porto." Mas, vá lá saber-se porquê, soa sempre um bocado a justificação implícita... "desculpem lá, mas a verdade é que eu até gosto...". E, no entanto, creio que a grande maioria é sincera. E não precisava do tom de justificação. Eu gosto do Porto. Também gosto de Paris, de Nova Iorque, do Rio e de São Paulo. Gosto muito de Goiás (que saudades!) e gosto de Barcelona, de Aix-en-Provence, de Sevilha e de sei lá quantos sítios mais. Gosto do Porto sem complexos e sem me justificar. Dizem "as pessoas são mais genuínas, mais autênticas; come-se melhor". Eu sei lá! Gosto do Porto porque me sinto bem no Porto. E pronto.

Agora uma experiência por que eu nunca passara era o São João no Porto! E desta vez, lá aconteceu.
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No início, tudo parece pacífico e normal. Promete festa, claro, mas sem glamour aparente. Nos Aliados monta-se uma enorme parafernália que irá acolher o(s) concerto(s). Pelas ruas montam-se as vendas de comida, bebida, alho porro e martelinhos. As roulotes das farturas ensaiam os acordes roufenhos do Quim Barreiros. E está calor, um calor um bocado abafado que, segundo me explicam, anuncia as "orvalhadas do São João". Eu não sabia, mas São João sem orvalhadas, não é São João. Não há brilho de sol nem azul de céu para fazer saltar os reflexos de prata das sardinhas. Mas por baixo de tudo isto, germina a noite de São João. Adivinha-se, rente ao chão, a agitação que começa a fermentar. A tarde vai avançando e o sol rompeu, o ar agita-se com uma brisa afável e a respiração da cidade começa a sentir-se mais agitada, num frémito de antecipação.
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Os barcos parecem cavalos impacientes à espera de entrar na arena, resfolegam um pouco e lançam de quando em quando um aviso sonoro, raspando as águas tranquilas do cais.
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É já passando debaixo das 4 pontes que vemos o sol desaparecer e a noite soltar-se em milhares de luzes, em cores, em sons de festa, em música. De um lado e do outro do rio são aos milhares as pessoas que acenam e aos milhões os martelinhos que fustigam o ar com gestos de marionetas. Cheira a mangerico e a sardinha assada. É Junho em Portugal. Os risos são despreocupados e abertos, os cumprimentos desinibidos e risonhos, o sotaque do Norte contagia-nos com a sua abertura e franqueza.
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E depois chega a meia noite. E o céu explode em fogo de estrelas, cascatas, flores de luz que se abrem, vermelho, verde, azul, dourado, branco. A explosão parece não ter fim, ensurdece-nos o estrondo dos morteiros. Todos os olhos estão voltados para o céu, em festa, crianças de novo, por uns momentos, num deslumbramento que por muitas vezes que se repita nos põe sempre a alma em festa. As máquinas fotográficas disparam feitas loucas, sem conseguirem captar o momento mágico, demasiado efémero, mas aproximando-se muito. Os telemóveis, de mais ou menos moderna geração, andam numa roda viva ansiosa. "Ali, olha ali!". "Estás todo desenquadrado... dá cá... assim, com o fogo atrás!". "Apanhaste aquela grande, vermelha?". "Vê-se alguma coisa?". E por todo o lado, como se nos fosse devorar, a explosão de luz e cor.


De repente, os últimos morteiros anunciam o fim.

Continua a música, os martelinhos não têm descanso. Arrefeceu quando o fogo se calou. Há quem se retire para o interior do barco: um casal num banco lá ao fundo que nem deu pelo fogo (pelo menos pelo de artifício); as crianças que recolhem às mão-cheias martelinhos abandonados; a senhora que zela pelos mangericos de quadras caprichadas. Os milhares de silhuetas ao longo dos cais recortam-se em danças endemoinhadas, contra a luz de fogueiras imaginadas. O Santo só pode estar feliz, com "os seus caracóis loiros e o cordeirinho ao pé".
Atracamos ao cais. O Porto vibra de São João em cada milímetro quadrado.
Gosto do Porto.
(As fotos são minhas e do Lauro António. Difícil dizer quais as de quem, mas tudo bem.)
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sábado, junho 20, 2009

SÃO JOÃO, SÃO JOÃO, DÁ CÁ UM BALÃO PARA EU BRINCAR

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Foto: Blog de João Quintino: http://www.sabugibyjq.zip.net/
Com os devidos agradecimentos, uma imagem que acabei de roubar e que, creio, vem do Brasil. Mas fica a promessa de uma alegria mais portuense para breve! Vivó Porto, carago!
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sábado, junho 13, 2009

A MARCHA É LINDA!!!

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Vem daí menina
Tua marcha é esta
Num balão aceso
Lisboa é uma festa
Vem daí rapaz
Não marches à toa
E traz um amigo
Que queira contigo
Abraçar Lisboa
Letra: José Reza / Joaquim Isqueiro
Música: José Reza







sexta-feira, junho 12, 2009

VIVA O SANTO ANTÓNIO!

foto do cabeçalho de LuPan59 (no Flickr)
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.Tudo tem o seu lado positivo. Há vários anos que não passava o Santo António em Portugal, isto sempre por uma boa causa, é verdade. Este ano as coisas saíram do que estava previsto, mas passar o Santo António em Lisboa é uma alegria! Um bom Santo António para todos, com tudo a que têm direito: sardinhas, mangericos, pimentos, arraial, marchas e, acima de tudo, muita saúde. Milagres? Talvez. Pelo sim, pelo não fica aqui a fórmula (dizem que é infalível...)

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quarta-feira, junho 03, 2009

SWEET TASTE OF BLOOD

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ilustração retirada de um "Drácula" vintage

Uma das actividades a que me dedico e que me dá um especial prazer, apesar dos fracos rendimentos, é a leitura de livros para "adolescentes e jovens adultos", para uma editora, dando depois um parecer acerca do interesse ou não da sua publicação.
E o que vos posso dizer é "Tenham medo, tenham muito medo!". Os vampiros atacam em todas as frentes. De há uns tempos para cá, não há livro que não conte uma história de vampiros, de mortos-vivos ou afins. Sou admiradora do género. Gosto dos velhos Dráculas vintage, Bela Lugosi, e o príncipe dos príncipes, Christopher Lee. Gosto do Gary Oldman no "Drácula de Bram Stoker", e gosto do trio Pitt/ Cruise/ Banderas, do Coppola.
Tem sido uma constante na literatura e no cinema o tema erótico da ferradelazinha no pescoço. Mas agora estamos a assistir a uma verdadeira pandemia! Nos tops das livrarias, em Portugal ou sem ser em Portugal, entre os 5 primeiros lugares, 4 são histórias de vampiros ou semelhantes.
Na literatura juvenil o fenómeno é idêntico. Stephenie Meyer domina. O vampiro adolescente, charmoso e sedutor é a nova galinha dos ovos de ouro. E muitos mais se encontram na incubadora, prontos a partirem para novos voos. O mais interessante? É que até são bem escritos, na sua maioria. Beberam nos clássicos e assimilaram bem. O sangue fresco corre-lhes nas veias. O género está vivo e bem vivo.
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E agora o Jack Bauer, que não vem nada a propósito, mas apeteceu-me.
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segunda-feira, junho 01, 2009

E PUR VOLA

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Foto APC
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O que há em mim é sobretudo cansaço

Não disto nem daquilo,

Nem sequer de tudo ou de nada:

Cansaço assim mesmo, ele mesmo,

Cansaço.


A subtileza das sensações inúteis,

As paixões violentas por coisa nenhuma,

Os amores intensos por o suposto alguém.

Essas coisas todas -

Essas e o que faz falta nelas eternamente -;

Tudo isso faz um cansaço,

Este cansaço,

Cansaço.


Há sem dúvida quem ame o infinito,

Há sem dúvida quem deseje o impossível,

Há sem dúvida quem não queira nada -

Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:

Porque eu amo infinitamente o finito,

Porque eu desejo impossivelmente o possível,

Porque eu quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,

Ou até se não puder ser...


E o resultado?

Para eles a vida vivida ou sonhada,

Para eles o sonho sonhado ou vivido,

Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...

Para mim só um grande, um profundo,

E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,

Um supremíssimo cansaço.

Íssimo, íssimo. íssimo,

Cansaço...


Álvaro de Campos
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