domingo, abril 29, 2007
sábado, abril 28, 2007
95. CINCO
O Detesto Sopa teve várias nomeações na corrente dos 5 “blogs que fazem pensar”! Agradeço muito, muito reconhecida aos que o distinguiram com essa honra e espero não os desiludir.
Cabe-me, portanto, como nomeada, nomear os 5.
Ando a adiar esse momento porque me parece tarefa de uma dificuldade acima das minhas capacidades.
E isto porque qualquer blog me faz pensar. Aliás, mal ou bem, qualquer coisa me faz pensar. Não sou capaz de não pensar.
Frequento com regularidade quase diária alguns blogs que me estão próximos e neles encontro sempre boa companhia e motivo para uma descoberta, uma reflexão, um sorriso, um aperto na garganta, uma ansiedade, uma esperança. Esses são os meus blogs de eleição porque ou o coração, ou a razão, ou o simples acaso os colocaram no meu “bairro” da blogosfera. São companheiros com quem convivo por paixão, por amizade ou por simpatia. Outros poderei ter visitado uma vez por acaso, ou de tempos a tempos, ou até mesmo com uma certa regularidade. Uns e outros têm uma coisa em comum: fazem-me pensar.
Uns fazem-me pensar como é deslumbrante descobrir pessoas que de outra forma nem sonharia que existem. Outros fazem-me pensar como é bom ter alguém que quer partilhar a descoberta de um filme, de uma série de televisão, de um escritor, de um artista plástico, de um músico. Outros fazem-me pensar como deve ser difícil ter a coragem de assumir certas opções menos bem aceites pela sociedade. Outros fazem-me pensar como uma piscadela de olho pode ser gratificante. Há também os que me fazem pensar que é lamentável que alguém dedique o seu tempo a desrespeitar os outros, a provocá-los, a amesquinhá-los. Depois temos aqueles que me fazem pensar que felizmente existem blogs porque assim há solidões que se tornam menos dolorosas. Merecem um lugar de destaque os que me fazem pensar como o humor inteligente pode ser uma arma poderosa. E aqueles que me fazem pensar que quando se vive um grande amor é permitido postar quase tudo sem medo do ridículo. Ah, por favor, reservem um espacinho para os que me fazem pensar que uma vida que começa carrega todas as esperanças. E para aqueles que me fazem pensar em lutas muito duras, em dores muito profundas, em alegrias muito grandes. E os que me fazem pensar em cidades, poetas, músicas, culturas, civilizações, formas de pensamento. E os que me fazem pensar em que a vida é curta demais para tudo o que nos falta viver, conhecer, sentir, amar, rir, brincar, inventar, cantar, escrever, pintar, confessar.
A todos, obrigada por me fazerem pensar. E desculpem-me por não conseguir escolher 5.
Cabe-me, portanto, como nomeada, nomear os 5.
Ando a adiar esse momento porque me parece tarefa de uma dificuldade acima das minhas capacidades.
E isto porque qualquer blog me faz pensar. Aliás, mal ou bem, qualquer coisa me faz pensar. Não sou capaz de não pensar.
Frequento com regularidade quase diária alguns blogs que me estão próximos e neles encontro sempre boa companhia e motivo para uma descoberta, uma reflexão, um sorriso, um aperto na garganta, uma ansiedade, uma esperança. Esses são os meus blogs de eleição porque ou o coração, ou a razão, ou o simples acaso os colocaram no meu “bairro” da blogosfera. São companheiros com quem convivo por paixão, por amizade ou por simpatia. Outros poderei ter visitado uma vez por acaso, ou de tempos a tempos, ou até mesmo com uma certa regularidade. Uns e outros têm uma coisa em comum: fazem-me pensar.
Uns fazem-me pensar como é deslumbrante descobrir pessoas que de outra forma nem sonharia que existem. Outros fazem-me pensar como é bom ter alguém que quer partilhar a descoberta de um filme, de uma série de televisão, de um escritor, de um artista plástico, de um músico. Outros fazem-me pensar como deve ser difícil ter a coragem de assumir certas opções menos bem aceites pela sociedade. Outros fazem-me pensar como uma piscadela de olho pode ser gratificante. Há também os que me fazem pensar que é lamentável que alguém dedique o seu tempo a desrespeitar os outros, a provocá-los, a amesquinhá-los. Depois temos aqueles que me fazem pensar que felizmente existem blogs porque assim há solidões que se tornam menos dolorosas. Merecem um lugar de destaque os que me fazem pensar como o humor inteligente pode ser uma arma poderosa. E aqueles que me fazem pensar que quando se vive um grande amor é permitido postar quase tudo sem medo do ridículo. Ah, por favor, reservem um espacinho para os que me fazem pensar que uma vida que começa carrega todas as esperanças. E para aqueles que me fazem pensar em lutas muito duras, em dores muito profundas, em alegrias muito grandes. E os que me fazem pensar em cidades, poetas, músicas, culturas, civilizações, formas de pensamento. E os que me fazem pensar em que a vida é curta demais para tudo o que nos falta viver, conhecer, sentir, amar, rir, brincar, inventar, cantar, escrever, pintar, confessar.
A todos, obrigada por me fazerem pensar. E desculpem-me por não conseguir escolher 5.
quarta-feira, abril 25, 2007
terça-feira, abril 24, 2007
93. UM BLOG QUE É UM VÍCIO
Atum
Este blog é um dos meus vícios diários. Não sei do que gosto mais, se da esfíngica placidez do Atum, com aquela inabalável certeza de que o mundo lhe pertence, se da magnífica qualidade das fotografias ou do humor subtil dos títulos. Só sei que gosto.
segunda-feira, abril 23, 2007
92. 23 DE ABRIL . DIA MUNDIAL DO LIVRO
domingo, abril 22, 2007
quinta-feira, abril 19, 2007
90. E SEBALD PASSOU À FRENTE
Tinha começado a seguir o rasto do Carneiro Selvagem, é verdade, mas resolvi antecipar o prazer de descobrir Austerlitz, de W. G. Sebald, que já há algum tempo aguardava vez na minha longa lista de espera. Folheei-o, demorando-me no mistério das fotografias. Uma remeteu-me para Daniel Blaufuks e o seu recente prémio BES de fotografia - representava um enorme arquivo, existente em Teresin, antiga Theresienstadt, na República Checa, vila-campo de concentração nazi.
Ainda estava longe de saber que Austerlitz me ia envolver num percurso sinuoso pela memória e pela história mas, lidas as primeiras páginas, não me foi já possível voltar atrás. Sem um parágrafo, porque isto das viagens ao fundo da memória não devem ter nada a perturbá-las, sob pena de se perder o fio por vezes tão perigosamente ténue da narrativa, deixei-me levar por Austerlitz. Não sabia para onde ia, mas o próprio Austerlitz também o ignorava, pelo menos até ao momento em que penetrou naquela sala de espera de uma estação de caminhos de ferro, encerrada no esquecimento e no segredo desde a guerra. A viagem de Sebald vai bem fundo, bem dentro dessa máquina terrível de aniquilar consciências e memórias, agarra-se como um náufrago às recordações, debate-se para não se deixar afogar, luta, e volta à superfície. Para contar, com aparente tranquilidade, com enganoso desprendimento, numa prosa hipnotizante, irresistível, a importância de manter as recordações vivas.
Um dos mais belos, mais invulgares e mais fascinantes romances que me foi dado ler.
Não havia como lhe fugir. A minha lista de espera engrossou consideravelmente com a inclusão de todos os outros Sebald.
Mas agora é a vez de Murakami e do Carneiro Selvagem.
segunda-feira, abril 16, 2007
89. para sempre
Foto de M.E.C. (Seia, Serra da Estrela, 1974)
Uma língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da floresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietação.
Vergílio Ferreira
sábado, abril 14, 2007
88. POR QUE GOSTO (TANTO) DE LITERATURA
quinta-feira, abril 12, 2007
terça-feira, abril 10, 2007
86. A POESIA HOJE
Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração
António Ramos Rosa
segunda-feira, abril 09, 2007
85. THE MUPPET PERSONALITY TEST
You Are Rowlf the Dog |
|
Já há algum tempo o valter aconselhava na sua casadeosso o teste em questão e hoje fui até lá. Valeu a pena. O valter ficou muito feliz com o resultado do dele, eu nem sequer sei tocar piano... mas diverti-me.
84. COISAS DE QUE TENHO SAUDADES IV
Hoje, domingo de Páscoa, tive saudades de estrear um vestido de Verão, o primeiro da temporada, e ir para a rua saudar a chegada do calor e do bom tempo. Esteve um dia sombrio, caprichoso, meio chuvoso, enlameado, birrento, mal-humorado e descorado. E eu, que nunca liguei a esta época, tive saudades. Tive saudades das cores da Páscoa. De um céu azul a perder de vista. De um sol generoso e transbordante, a derramar-se sobre Lisboa. De descer até aos Restauradores no Elevador da Glória e ir passear o meu vestido novo – azul claro, de preferência - pela Avenida da Liberdade. Do cor-de-rosa-azul-verde das amêndoas, dos tons pastel daquelas que representavam minúsculos bebés muito perfeitinhos, enrolados em cobertorzinhos, das cores brilhantes das pratas dos ovos de chocolate, que me piscavam um olho sedutor nas montras das pastelarias. Hoje, os supermercados estão cheios deles, mas são incapazes de um gesto de sedução, são uns desapaixonados! Mas, curiosamente, do que tive mesmo saudades foi de ir à Praça da Figueira com a minha avó.
A minha avó paterna era o que se pode, com toda a honestidade, classificar como uma avó doce. Era cor-de-rosa como as amêndoas, vestia-se sempre de cores clarinhas, tinha o cabelo todo branco, um sorriso doce como não existe outro, a pele macia de seda e cheirava a pó de arroz, a sabonete, a alfazema. Fazia anos em Abril e a casa enchia-se de flores. Flores cujas cores realçavam o tom rosado da satisfação que a envolvia.
Nestes primeiros dias de sol e temperatura morna, a minha avó calçava os sapatos de salto alto, verificava se tinha o porta-moedas abastecido, punha o chapéu - que uma senhora não saía “em cabelo” - e dizia-me “Anda, vamos à Baixa!”. E aquele “à Baixa” implicava obrigatoriamente a Praça da Figueira! Como era fascinante a Praça da Figueira! Toda construída em ferro, ocupava a área central da actual praça, e tivera fama de ser um dos mais elegantes mercados da Europa, aquando da sua inauguração, em 1885. Na Praça da Figueira vendia-se de tudo um pouco, era o mercado onde se abastecia grande parte da população de Lisboa. Mas, para mim, ir à Praça da Figueira com a minha avó significava voltar para casa com um fogareirozinho, uns tachinhos ou umas panelinhas em barro ou lata, um ferro de engomar mesmo de ferro, embora miniatural, e também um abano pequenino, para espevitar as brasas, igualzinho aos grandes que se usavam lá em casa, na cozinha.
Tenho saudades de sentir um prazer tão grande com uma compra como o que sentia ao decidir-me entre uma tosca panela ou um fogareiro coxo, enquanto debaixo dos meus pés se amassavam folhas de couves e talos de grelos, indiferentes à limpeza dos meus sapatos brancos, novos.
Mas se calhasse estarmos mais perto do mês dos Santos e das marchas (e o Bairro Alto era vencedor quase garantido), então a compra era outra. Para além do indispensável manjerico, eu havia de levar para casa, criteriosamente escolhido, após inúmeros testes todos igualmente “científicos” para nos assegurarmos de que se tratava de um vigoroso exemplar, bem pretinho dentro da sua gaiola de madeira de cores garridas, o Grilo, que iria com o seu canto absolutamente mágico povoar de cantigas as noites de um Verão que se desejava longo.
A minha avó paterna era o que se pode, com toda a honestidade, classificar como uma avó doce. Era cor-de-rosa como as amêndoas, vestia-se sempre de cores clarinhas, tinha o cabelo todo branco, um sorriso doce como não existe outro, a pele macia de seda e cheirava a pó de arroz, a sabonete, a alfazema. Fazia anos em Abril e a casa enchia-se de flores. Flores cujas cores realçavam o tom rosado da satisfação que a envolvia.
Nestes primeiros dias de sol e temperatura morna, a minha avó calçava os sapatos de salto alto, verificava se tinha o porta-moedas abastecido, punha o chapéu - que uma senhora não saía “em cabelo” - e dizia-me “Anda, vamos à Baixa!”. E aquele “à Baixa” implicava obrigatoriamente a Praça da Figueira! Como era fascinante a Praça da Figueira! Toda construída em ferro, ocupava a área central da actual praça, e tivera fama de ser um dos mais elegantes mercados da Europa, aquando da sua inauguração, em 1885. Na Praça da Figueira vendia-se de tudo um pouco, era o mercado onde se abastecia grande parte da população de Lisboa. Mas, para mim, ir à Praça da Figueira com a minha avó significava voltar para casa com um fogareirozinho, uns tachinhos ou umas panelinhas em barro ou lata, um ferro de engomar mesmo de ferro, embora miniatural, e também um abano pequenino, para espevitar as brasas, igualzinho aos grandes que se usavam lá em casa, na cozinha.
Tenho saudades de sentir um prazer tão grande com uma compra como o que sentia ao decidir-me entre uma tosca panela ou um fogareiro coxo, enquanto debaixo dos meus pés se amassavam folhas de couves e talos de grelos, indiferentes à limpeza dos meus sapatos brancos, novos.
Mas se calhasse estarmos mais perto do mês dos Santos e das marchas (e o Bairro Alto era vencedor quase garantido), então a compra era outra. Para além do indispensável manjerico, eu havia de levar para casa, criteriosamente escolhido, após inúmeros testes todos igualmente “científicos” para nos assegurarmos de que se tratava de um vigoroso exemplar, bem pretinho dentro da sua gaiola de madeira de cores garridas, o Grilo, que iria com o seu canto absolutamente mágico povoar de cantigas as noites de um Verão que se desejava longo.
Tenho saudades de, feitas as compras, ir à Confeitaria Nacional, na esquina da Praça da Figueira, e sentar-me a uma mesa, sobre a qual colocava os meus tesouros recentemente adquiridos, enquanto esperava o galão morno e o “húngaro”. E posso assegurar que nunca houve melhores húngaros em toda a cidade de Lisboa!
A foto do grilo, que temo muito comece a ser um animal raro para os habitantes da cidade, só foi possível porque a roubei em quicoarreliado.blogs.sapo.
A foto do grilo, que temo muito comece a ser um animal raro para os habitantes da cidade, só foi possível porque a roubei em quicoarreliado.blogs.sapo.
sábado, abril 07, 2007
sexta-feira, abril 06, 2007
quinta-feira, abril 05, 2007
79. UM SITE DE QUE SE GOSTA
Design (e um pouco mais) com humor, bom gosto, criatividade, ideias fantásticas, (trendices, s.!) está tudo lá. A visitar diariamente:
http://swissmiss.typepad.com/weblog/
quarta-feira, abril 04, 2007
78. HOUVE O TEMPO
Houve o tempo em que os jardins eram livres e as pessoas os utilizavam sempre que lhes apetecia. As portas estavam abertas. As piscinas animavam-se com os risos das crianças e os splashes das águas, que se agitavam com as suas brincadeiras. Sentados nas cadeiras de verga, os adultos observavam os seus jogos, relaxavam, apanhavam sol, liam, ouviam música ou deixavam simplesmente o tempo escoar-se por entre os dedos entreabertos e preguiçosos.
Houve o tempo em que os jardins eram permitidos, sem condições.
terça-feira, abril 03, 2007
77. HOJE
Vou partir em busca do carneiro selvagem. Isto, claro está, depois de ver dois (ou talvez três, quem sabe) episódios de Prison Break.
domingo, abril 01, 2007
75. PRIMAVERA
Todos os anos ela faz isto. Ainda mal se anuncia a Primavera, ela desponta em flores. Sem dizer nada, sem exigir nada em troca. Por pura generosidade. Faz isto há anos. Nunca falha. Não é para se exibir. Não se ofende se não lhe dissermos nada, se não lhe ligarmos importância. Quanto muito poderá fazer florir mais uma haste, com a mesma generosidade e boa vontade com que nos deu esta. Pode ser que a gente repare na segunda, se por acaso ignorámos a primeira. Já chegou ao ponto de fazer florir quatro hastes numa só Primavera. Desinteressadamente. Mas, bem lá no fundo, ela sabe que lhe agradecemos e que a Primavera já não nos saberia a nada sem as suas flores. Ela sabe que num só vaso contém toda a beleza dos jardins míticos, que é imensa e deslumbrante. A única coisa que pede é um pouco de água. Mas eu pensei que ela ficaria feliz se lhe dedicasse um post. Acho que é o mínimo que posso fazer. E pronto.
Subscrever:
Mensagens (Atom)