segunda-feira, janeiro 26, 2009

SERÁ QUE O CINEMA PORTUGUÊS AGUENTA?

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Cuidado! É possível que estreie brevemente num cinema perto de si.
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"Esqueça tudo o que ficou para trás! Este filme marca a grande viragem no cinema português." Já ouvimos isto várias vezes. Curiosamente, costuma vir associado a um filme bastante mau, idependentemente do seu relativo sucesso (ou insucesso) de bilheteira. Desta vez a coisa atingiu as raias do surrealismo (com as devidas desculpas ao verdadeiro, ao genuino). Não sei se o cinema português aguentará muito mais viragens destas. Começa já a parecer um frango sem clientela, a perder o gosto e o suco, tantas as voltas que dá.

Apesar de termos já sido brindados com vigorosas críticas de doutos especialistas, com as quais concordo linha por linha, vírgula por vírgula, hoje apetece-me dar a minha visão da obra. Afinal uma obra aberta, que permite uma second life, permite uma second opinion. Tal como no filme, é igual à primeira, but who cares!

Então o filme conta a história de um grupo de modelos, giros, modernos e elegantes, que se reunem numa casa com piscina. Numa noite, bebem, discutem, snifam sem critério, lambem-se mútua e indiscriminadamente e um deles vai parar à piscina. De borco. Então eles viram-no de barriga para cima (é essa a grande viragem no cinema português!) e como ele parece que está morto, estão-se todos nas tintas e resolvem esperar até ser dia - sem desmanchar as poses - que o Malato venha fazer uma perninha como GNR (ou similar) e, com dois amigos porreiros, gnrs (ou similares) também, darem mais uma viragem no caso. Então ficamos a saber que não houve crime nenhum (ninguém tinha dito que havia, também!) e que o moço (polaco, creio, com aquele ar abatido que se pode apreciar no cartaz) sofria do coração. E pronto! Se calhar não tomou os comprimidos, o que não admira nada porque estavam escondidos numa caixa secreta, que me parece o lugar ideal para guardar comprimidos. E então vai tudo embora, na maior, porque já atingiram uma metragem que parece satisfazer o realizador(???).

Lá pelo meio há uns actores que fazem umas figurações especiais, não relevantes, mas foi giro, foi mais pelo convívio - e fica bem na ficha técnica. Agora bom, bom, foram as viagens a Itália para filmar umas quantas cenas absolutamente dispensáveis à compreeensão (??) da obra, mas que sempre servem de justificação para falarem um bocado de italiano, à mistura com o resto - ah, porque, já me esquecia de dizer, eles falam ora em português, ora em inglês. Todos. Indiscriminadamente. Ao calhas. É por isso que é a second life, senão na volta era a segunda vida, sabe-se lá.

Se quiserem esqueçam tudo o que já viram, mas uma coisa é imperiosa: esqueçam este filme. Faz mal à saúde, polui o ambiente, aumenta o buraco do ozono, polui os rios e oceanos, mata espécies em risco de extinção, dá-nos cabo da paciência.

E tenham medo, muito medo: pode sempre haver uma segunda vida!
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3 comentários:

Anónimo disse...

Por acaso já tinha pensado em não ver...

Bandida disse...

:))))))))))

já te ouvi a falar dele [do filme] mas ler é ainda melhor!!


beijos

intruso disse...

ahahah
promete!
:///


(e a crítica está genial, Eduarda...
não irei ver, com toda a certeza)
:)))



beijo