quinta-feira, julho 23, 2009
O CALENDÁRIO DO VATICANO
quarta-feira, julho 22, 2009
BASTA DE SOFRIMENTO
sábado, julho 18, 2009
TURISMO DE LISBOA E VALE DO TEJO REDUZ SUBSÍDIO AO FESTIVAL DE TEATRO DE ALMADA EM 85%
A Região de Turismo de Setúbal – Costa Azul passou, recentemente, a integrar o Turismo – Lisboa e Vale do Tejo. A transformação operada revelou-se fatal para o Festival de Almada: por carta recebida ontem informam-nos que o subsídio tradicionalmente concedido ao Festival sofreu, este ano, uma redução de 85 por cento, isto é, passou de 32.500 euros, em 2008, para 5.000 euros este ano.
Quem assina a carta é o vice-presidente da Direcção da T-LVT (em regime de substituição do presidente da Direcção), Eufrázio Filipe Garcez José, o mesmo que era o presidente da anterior Região de Turismo de Setúbal, e que atribuiu ao Festival, em 1999, 8.000 euros, passando para 9.000 em 2000; para 22.446 em 2002; para 30.446 em 2003; para 30.500 em 2004; e para 32.500 em 2006. Esta verba manteve-se durante 4 anos, até 2008.
Na carta que nos foi enviada afirma-se:
«Dedicámos a devida atenção às informações que nos foram prestadas e salientamos o valor, o conceito e a dimensão do Festival de Almada.
A Turismo de Lisboa e Vale do Tejo decidiu apoiar o Festival de Almada com uma participação financeira de € 5.000,00.»
E acrescenta-se:
«Considerando ainda a nossa vocação de instituição com particulares responsabilidades na promoção turística do destino Lisboa e Vale do Tejo, sugerimos e deixamos à consideração da Organização do Festival de Cinema (sic), ainda no decorrer desta edição ou em futuras, complementar esta comparticipação com um conjunto de apoios, tão ou mais importantes do que os exclusivamente financeiros, nomeadamente nos domínios da promoção do evento, da informação turística associada a quem participa no evento (autores, artistas e espectadores), do acompanhamento de jornalistas à região e da relação do evento com a actividade turística regional.»
O Festival de Teatro de Almada divulgou ontem mesmo, na sua folha informativa diária, um comunicado onde se afirma: «Na edição deste ano», a três dias do fim do Festival.? O texto exemplifica o que se vai tornando habitual por parte da burocracia acéfala que se instalou: má gramática, mau português, palavreado que nada quer dizer e imperial ausência de qualquer justificação para a alteração drástica de uma prática de apoio financeiro de aumento sustentado que durava há uma década. A «devida atenção dada às informações» traduz-se na denominação do Festival como Festival de Cinema!... E, tal como é de uso nas farsas com princípio, meio e fim, o Exmº vice-presidente digna-se, no fecho, expressar «os votos de sucesso ao Festival de Cinema de Almada»!...A atitude da T-LVT para com o Festival de Almada é insultuosa. O Festival de Almada é, reconhecidamente, um dos maiores acontecimentos culturais do País, e é respeitado no estrangeiro como uma manifestação cultural de referência internacional. Prestigia o País, a cidade de Almada e a Região de Setúbal. Merece, pelo menos, a delicadeza de uma justificação.
A carta da T-LVT é uma demonstração burocrática de arrogância, incompetência e ignorância, e uma desconsideração feita a todos (artistas e espectadores) que fazem o Festival de Almada. E é uma pouco disfarçada agressão à Câmara Municipal de Almada, cuja política cultural é apreciada por todos os municípios de Lisboa e Vale do Tejo e apresentada em todo o País como um exemplo.Vamos receber os 5.000 euros porque temos um orçamento diminuto e precisamos de todos os apoios. Mas não podemos deixar de tornar público o nosso protesto e a nossa indignação.»
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terça-feira, julho 14, 2009
UM PARDAL NAS PORTAS DE SANTO ANTÃO
quinta-feira, julho 02, 2009
NOVO VISUAL
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Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava.
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos.
Era no tempo em que o teu corpo era um aquário.
Era no tempo em que os meus olhos
eram os tais peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade:
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...,
já não se passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus
Eugénio de Andrade
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