sábado, janeiro 31, 2009

PRÉMIO LITERÁRIO SÓ PARA GIGANTES

.. Haruki Murakami foi o escritor galardoado com o Prémio Jerusalém 2009.
O Prémio Jerusalém, que é atribuído de dois em dois anos, no âmbito da Feira do Livro de Jerusalém, tem como objectivo distinguir um escritor cuja obra seja especialmente representativa dos valores da liberdade e das interligações do homem com a sociedade e a política. Trata-se de um dos mais prestigiantes galardões de todo o mundo, instituído em 1963, que foi já atribuído a autores como Bertrand Russell, Susan Sontag, Jorge Semprun, Mário Vargas Llosa, Graham Greene, Simone de Beauvoir ou Arthur Miller.

Murakami, que raramente aceita estar presente em actos públicos, irá a Jerusalém receber o prémio, que lhe será entregue na Feira do Livro.

foto Público
Em 2005 este mesmo Prémio Jerusalém foi atribuído a António Lobo Antunes.
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segunda-feira, janeiro 26, 2009

SERÁ QUE O CINEMA PORTUGUÊS AGUENTA?

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Cuidado! É possível que estreie brevemente num cinema perto de si.
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"Esqueça tudo o que ficou para trás! Este filme marca a grande viragem no cinema português." Já ouvimos isto várias vezes. Curiosamente, costuma vir associado a um filme bastante mau, idependentemente do seu relativo sucesso (ou insucesso) de bilheteira. Desta vez a coisa atingiu as raias do surrealismo (com as devidas desculpas ao verdadeiro, ao genuino). Não sei se o cinema português aguentará muito mais viragens destas. Começa já a parecer um frango sem clientela, a perder o gosto e o suco, tantas as voltas que dá.

Apesar de termos já sido brindados com vigorosas críticas de doutos especialistas, com as quais concordo linha por linha, vírgula por vírgula, hoje apetece-me dar a minha visão da obra. Afinal uma obra aberta, que permite uma second life, permite uma second opinion. Tal como no filme, é igual à primeira, but who cares!

Então o filme conta a história de um grupo de modelos, giros, modernos e elegantes, que se reunem numa casa com piscina. Numa noite, bebem, discutem, snifam sem critério, lambem-se mútua e indiscriminadamente e um deles vai parar à piscina. De borco. Então eles viram-no de barriga para cima (é essa a grande viragem no cinema português!) e como ele parece que está morto, estão-se todos nas tintas e resolvem esperar até ser dia - sem desmanchar as poses - que o Malato venha fazer uma perninha como GNR (ou similar) e, com dois amigos porreiros, gnrs (ou similares) também, darem mais uma viragem no caso. Então ficamos a saber que não houve crime nenhum (ninguém tinha dito que havia, também!) e que o moço (polaco, creio, com aquele ar abatido que se pode apreciar no cartaz) sofria do coração. E pronto! Se calhar não tomou os comprimidos, o que não admira nada porque estavam escondidos numa caixa secreta, que me parece o lugar ideal para guardar comprimidos. E então vai tudo embora, na maior, porque já atingiram uma metragem que parece satisfazer o realizador(???).

Lá pelo meio há uns actores que fazem umas figurações especiais, não relevantes, mas foi giro, foi mais pelo convívio - e fica bem na ficha técnica. Agora bom, bom, foram as viagens a Itália para filmar umas quantas cenas absolutamente dispensáveis à compreeensão (??) da obra, mas que sempre servem de justificação para falarem um bocado de italiano, à mistura com o resto - ah, porque, já me esquecia de dizer, eles falam ora em português, ora em inglês. Todos. Indiscriminadamente. Ao calhas. É por isso que é a second life, senão na volta era a segunda vida, sabe-se lá.

Se quiserem esqueçam tudo o que já viram, mas uma coisa é imperiosa: esqueçam este filme. Faz mal à saúde, polui o ambiente, aumenta o buraco do ozono, polui os rios e oceanos, mata espécies em risco de extinção, dá-nos cabo da paciência.

E tenham medo, muito medo: pode sempre haver uma segunda vida!
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sábado, janeiro 24, 2009

VOTE, NÃO FIQUE DE FORA!

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Como aconteceu no ano passado, o Guia dos Teatros vai este ano atribuir os Prémios de Teatro Guia dos Teatros, referentes ao ano de 2008. A entrega terá lugar em Maio de 2009, numa cerimónia que, a avaliar pela do ano passado, vai concentrar no Museu do Teatro os nomes maiores da cena portuguesa.
Aqui fica a papinha toda feita para votarem no vosso actor/actriz preferido, na peça, no encenador, enfim, em tudo o que faz do teatro aquele espectáculo capaz de nos deslumbrar e de ficar na nossa memória para sempre.
É fácil: façam o download do boletim de voto aqui e enviem as nomeações para o mail entrarempalco@entrar-em-palco.pt .
O quê? Não viram muito teatro? Não faz mal: o que viram deixou certamente marca e merece o vosso voto.
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quinta-feira, janeiro 22, 2009

http://www.one.org CONTRA A POBREZA NO MUNDO

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To the people of poor nations, we pledge to work alongside you to make your farms flourish and let clean waters flow; to nourish starved bodies and feed hungry minds. And to those nations like ours that enjoy relative plenty, we say we can no longer afford indifference to suffering outside our borders; nor can we consume the world's resources without regard to effect. For the world has changed, and we must change with it.

Barack Obama
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terça-feira, janeiro 20, 2009

SAIU-ME O EUROMILHÕES!

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Não, infelizmente não saiu. Mas também não estava à espera, até porque não joguei.
De qualquer forma, agora que já refrearam aquele primeiro impulso de me enviarem os vossos NIBs, podem aproveitar o balanço para VOTAR nos Prémios de Teatro do Guia dos Teatros.

O Teatro e todos aqueles que vivem e lutam pelo Teatro merecem!

domingo, janeiro 11, 2009

FICÇÃO E REALIDADE # 2

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Ainda graças à generosidade do Pai Natal, outra das minhas séries indispensáveis ocupa agora as minhas noites. House, pois claro.
Mas, mais uma vez, a realidade apareceu a sobrepôr-se à ficção. Escassas 9 horas passadas sobre a "alta" dada à senhora do post anterior, esta voltou a ser transportada de emergência por nova dupla de eficientes "inem's" às mesmas urgências, do mesmo hospital. Com a memória ainda fresca da saga da véspera, eu estava decidida a impôr as minhas regras contra as dos seguranças, mas desta vez os robots haviam sido substituídos por humanos e a coisa foi incomparavelmente mais fácil. Surrealismo da questão? Umas escassas 10 horas depois de ter sido enviada para casa com alta porque estava "tudo bem com ela", a senhora ficou internada em estado de certa gravidade (é verdade que numa maca, num corredor, mas o surto de gripe traz os hospitais num pandemónio perfeito).
Ai, House, House, a falta que tu fazes!
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PS- a situação encontra-se controlada (após transferência para uma unidade particular). Lição a reter: enquanto têm saúde e idade para isso, por favor, invistam num seguro de saúde!

segunda-feira, janeiro 05, 2009

FICÇÃO E REALIDADE

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Quando fui dormir, lá para as cinco da manhã deste domingo, com a barriguinha bem cheia com alguns episódios da 3ª série de Anatomia de Grey, que o Pai Natal teve a generosidade de me trazer, não imaginava que o telefone me ia despertar daí a menos de quatro horas. Numa transição brusca da ficção para a realidade, informavam-me de que uma pessoa de família, de idade avançada, fora encontrada inanimada em casa onde, devido à sua incomensurável teimosia, vive sozinha. O hospital da área da acidentada é o Curry Cabral e para lá nos dirigimos, após rápida e eficientíssima intervenção do INEM.

Eram nove e meia da manhã e eu reconheço que tenho um péssimo feitio ao acordar, mas quando informei a pessoa que me impediu a entrada nos serviço de urgência de que dispunha de elementos sobre a doente que talvez fosse bom comunicar ao médico, não o fiz por vontade de embirrar, mas porque achei, muito sinceramente, que poderia ser útil partilhar informações que eu tinha e a própria não se encontrava em estado de comunicar.

Péssimo julgamento meu: "sente-se e espere. Na sala". A sala é um eufemismo pois antes se assemelha a um recanto do corredor com meia dúzia de cadeiras de plástico e um biombo de pano a dividi-la dos tais serviços de urgência. Nessa sala permaneci durante oito horas, sem comer nem beber, não fosse alguém chamar pelos "acompanhantes de Fulana de Tal" e eu perder a oportunidade de um milhão de dólares (vi casos e, digo desde já, não queiram estar no lugar deles!). Tentei várias vezes penetrar no santuário das urgências, servindo-me dos mais óbvios argumentos, tais como as "modernas" teorias de que os doentes estão melhor quando acompanhados por alguém de família, que se calhar eu dispunha de elementos importantes, que se eu pudesse falar com um médico talvez... enfim, tudo em vão. As senhoras da recepção (muito prestáveis) acabaram por levar uma espécie de requisição (eram 4 da tarde) "lá dentro" a pedir que me fosse permitido falar com um médico, o que veio efectivamente a acontecer (cerca de 7 horas e meia após a entrada da doente). A médica era jovem, muito agradável, simpática, interessada, muito profissional e com um olhar inteligente e cúmplice "convidou-me" a reparar bem no serviço de urgências, na escassez de espaço, na ausência de recursos, enfim, em tudo o que torna impossível, fisicamente impossível, que aquele espaço seja partilhado por doentes, médicos, enfermeiros, pessoal auxiliar, toda a equipa do Seattle Grace e, ainda por cima, os familiares dos doentes.
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Compreendi. Só não compreendo porque é que chamam àquele corredor serviço de urgências. Eu gostava muito de ter uma piscina em casa, mas não é por isso que me ponho a chamar piscina à banheira.
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A médica, após ouvir a explicação que eu trazia engatilhada desde as nove e meia da manhã, exclamou com ar de evidente alívio: "Ah, então é isso? Pois é que se eu soubesse nem tinha sido preciso fazer tantos exames, que são demorados! Agora estou a ver." E mandou-me voltar daí a hora e meia, duas horas porque a doente já poderia ter alta. Quando saía, ao passar pela sala de espera, uma "acompanhante" gritava para uma idosa obviamente sedada: "Ena pá, 'tás c'uma moca do camandro!" e perante a indiferença da própria: "'Tás pedrada de todo!".

Passada a tal hora e meia, voltei. O panorama não mudara. O número de pessoas que tossiam cavernosa e compulsivamente na sala de espera aumentara consideravelemente, assim como as probabilidades de contágio.

Enquanto a minha filha preenchia o livro de reclamações, a doente foi-me entregue, com alta (e com uma moca do caraças, diga-se de passagem). Enquanto esperava pelo papel da dita alta, sentei-me um pouco numa cadeira (eram oito da noite e estava cansada). De imediato senti qualquer coisa fria e molhada repassar-me as calças. Levantei-me e tentei identificar o fluído pastoso e da cor da madeira, perfeitamente camuflado com a cadeira. Um auxiliar acorreu, prestável e optimista: "Não se preocupe, é sopa."

SOPA! Eu tinha-me sentado numa cadeira cujo assento estava coberto de SOPA!


E do Mac Dreamy, nem sombras!

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